Ratos

No auge de sua "carreira", um dos problemas do narcotraficante Pablo Escobar eram os ratos, que devoravam alguns milhões de dólares dos bilhões que enterrava nas selvas colombianas.

Lembro-me que, quando criança, soube da morte de um coleguinha de escola, brutalmente assassinado e enterrado num terreno baldio. Mesmo não tendo visto nenhuma imagem relacionada ao crime, só de imaginar a cena fiquei sem sono durante muitas noites. Até hoje, mais de meio século depois, ainda me lembro vivamente do episódio.

Agora há pouco, o programa "Brasil Urgente" exibia cenas da localização de um cemitério clandestino numa "comunidade" em São Paulo. Ao lado rolava uma pelada, tranquilamente...

Já abordei numa outra crônica essa questão da banalização da violência. Vamos ficando cada vez mais insensíveis e tudo parece fazer parte da normalidade do dia-a-dia, mas não faz!

Outra banalização, tão grave quanto aquela, é a da corrupção. Vamos nos acostumando a ver crimes admitidos e delatados descaradamente, como a coisa mais natural do mundo. Malas, sacos, mochilas, cuecas cheios de dinheiro... e tudo vai se diluindo num oceano de "mal-feitos", como alguns "ex" costumavam chamar.

Tramita no Congresso Nacional um Projeto de Reforma Política com regras para o favorecimento da reeleição de "caciques" de partidos políticos e criação de um Fundo de R$ 3,6 bilhões para financiamento público das campanhas eleitorais de 2018.

Vejam bem, esse seria um segundo Fundo, pois o atual já transfere para os partidos quase R$ 1 bilhão. Sabem aquela propaganda partidária do horário nobre? Só ela consome cerca de R$ 800 milhões. Dinheiro gasto inutilmente, quando há tanta carência de recursos para saúde, educação e segurança pública.

Todavia, por pior que a coisa possa parecer, não se iludam os políticos. Todo o poder emana do povo e, mais dia, menos dia, esse poder prevalecerá. Mesmo na Venezuela de Maduro, é só uma questão de tempo, como sobejamente demonstra a História.

Permita Deus que não tenhamos que sofrer tanto aqui no Brasil!