Guerra e Paz
Publicado em 22/12/2016
...este é o título de uma das grandes obras-primas da literatura universal, escrita pelo russo Lev Nikolayevich Tolstoi. Foi publicado num periódico entre 1865 e 1869 e narra a história das guerras Napoleônicas na Rússia.
Algumas cenas da minha infância e adolescência ficaram-me para sempre marcadas na memória. Lembro-me, por exemplo, da fisionomia sisuda dos adultos em 1961, durante a crise dos mísseis em Cuba. Eu ainda era muito criança para entender o que estava acontecendo, mas percebia muito bem o medo que as pessoas sentiam, associado àquela palavra assustadora: GUERRA!
A crise passou, e ninguém mais falou nisso, mas eu fui amadurecendo e durante muitas décadas convivi com a ameaça da "Guerra Fria"... o mundo sempre a um passo de uma hecatombe nuclear...
O maior símbolo daquela guerra silenciosa era o muro de Berlim, a "cortina de ferro", que havia sido edificado naquele mesmo ano nefasto de 1961. Separou o chamado "mundo livre" do "opressor comunista" até o final de 1989, quando finalmente tombou, com o esfacelamento da União Soviética.
Todos ficaram eufóricos, acreditando que finalmente o mundo teria PAZ! Florescia a Internet, com uma revolução sem precedentes nos meios de comunicação em massa e os avanços tecnológicos eram cada vez mais alvissareiros de um futuro próspero para toda a humanidade.
Ledo engano! As tensões cresciam por trás dos pequenos conflitos alimentados pela indústria armamentista, culminando na barbárie do grande atentado terrorista de 11 de setembro de 2001, com a destruição do World Trade Center.
O mundo nunca mais seria o mesmo! Aquela sensação de medo latente dos tempos da "Gerra Fria" materializou-se num medo real, imediato.
Os sociólogos dizem que, mesmo nos períodos mais brutais das guerras, como a que assola atualmente a Síria, as pessoas procuram seguir uma rotina diária que as preservem da loucura. Coisas simples como ir ao mercado, passear com o cachorro, levar as crianças à escola, continuam a fazer parte do dia-a-dia, interrompidas apenas durante os bombardeios ou tiroteios, funcionando como uma válvula de escape para o enorme estresse a que estão submetidas.
O mesmo ocorre nas "comunidades" ocupadas por traficantes e policiais em constante confronto nas nossas metrópoles.
Estamos nos aproximando de mais um primeiro de janeiro, data em que se comemora o "Dia da Paz Mundial" ou "Dia da Fraternidade Universal". Neste ano, esse dia vai cair num domingo, que nas línguas latinas tem origem no vernáculo: "dies dominĭcus" — o dia do Senhor.
Roguemos então que Deus proteja a humanidade, pois somente Sua divina bondade poderá afastar as nuvens negras que encobrem o mundo.
Amém!!!