Déficit de Credibilidade
Publicado em 31/08/2015
Com dois trimestres seguidos de queda no PIB, o Brasil entrou no que os economistas denominam “recessão técnica”. Com certeza não faltará ao governo a quem culpar: a China, os EUA, a Grécia, qualquer um, menos ele próprio.
Pois não é que nesse cenário recessivo, na contramão das medidas que seriam recomendadas para estimular a recuperação da economia, o governo tentou ressuscitar aquela excrescência arrecadatória chamada CPMF?
Como percebeu que não conseguirá aprovação no Congresso, ainda mais agora após o rompimento com o vice-presidente, pela primeira vez na história deste País, encaminhou o orçamento para o próximo ano com déficit nas contas públicas.
A propalada reforma ministerial, se sair, vai ser como aquela história da montanha que pariu um rato, limitando-se à retirada do “status" de ministério de algumas secretarias, com o cuidado de preservar-se as de políticas para as mulheres e de políticas de promoção da igualdade racial, mais pelo efeito midiático do que pela sua eficácia.
Estes são alguns exemplos recentes dos motivos da falta de credibilidade do atual governo, responsável não apenas pela dificuldade em sair da crise, mas até mesmo pelo seu aprofundamento.
É tanta incompetência, que às vezes acho ser proposital, preparando terreno para a volta de um “salvador da Pátria” em 2018. Essa tática já foi usada no passado, no final do governo de Sarney, preparando terreno para a eleição de Collor — a tática do “quanto pior, melhor”.
Por enquanto, o único consolo da presidente é que o limite para a queda de sua popularidade é zero.