Archlinux — esse é para quem conhece

Publicado em 08/04/2017

Quem acompanha meus artigos, sabe que meu interesse pelos microcomputadores vem de longa data. Não é de surpreender, portanto, que eu tenha começado a usar o sistema operacional Linux desde meados da década de 1990, pouco depois de sua criação por Linus Torvalds.

Ao longo desse período, já usei muitas distribuições. Durante vários anos, usei o Slackware, uma das mais antigas ainda em uso atualmente. Experimentei também distribuições mais amigáveis, como Debian, seu clone mais famoso, o Ubuntu, um sub-clone, derivado do Ubuntu, o Linux Mint, além de outras que não existem mais, como o Conectiva (depois Mandriva) e o Kurumin, duas distribuições genuinamente brasileiras.

Mas já faz alguns anos que estou usando o Archlinux. Creio que o que me atraiu neste sabor de Linux foi seguir a mesma filosofia do Slackware: KISS do ingles Keep It Simple, Stupid. Acho que nem é preciso traduzir... Gosto de mexer nas entranhas do meu sistema, saber o que faz o que.

Distribuições tipo Ubuntu e Mint são excelentes para quem quer um sistema operacional out of the box, isto é, pronto para usar. O preço que se paga, contudo, é que muitas coisas são feitas nos bastidores, automaticamente, e a maioria das configurações já vem pronta, para uso genérico.

Essas distribuições são ideais para quem está começando no Mundo Linux. Para os que estão acostumados com o Windows, por sinal, minha indicação é o Linux Mint.

O primeiro problema do Archlinux para os novatos é sua instalação. Tendo em vista tratar-se de uma distribuição minimalista e em razão da tal filosofia KISS mencionada acima, não existe um instalador gráfico para automatizar o processo. Há um script para instalar o sistema básico, e só.

Partição e formatação de discos, configuração de rêde, adequação para o português, layout de teclado, tudo é feito "na unha"... e no final, nem mesmo uma interface gráfica é instalada. Somos jogados direto na linha de comando.

A segunda dificuldade decorre do fato do Archlinux ser uma distribuição para atualização perpétua. Diferentemente das outras distribuições, não há releases ou versões periódicas. Ao contrário, o Archlinux usa um sistema de "rolling release", atualizando sempre para as versões mais novas do kernel, bibliotecas e aplicativos instalados. Isso pode ocasionar eventualmente quebras no sistema, decorrentes de algum bug ou comando incorreto. É preciso muito cuidado e conhecimento profundo do sistema operacional, para se recuperar de um problema desses.

Fiz um vídeo de apresentação do meu sistema, usando o Gnome 3.22 como Desktop, já bem personalizado conforme meu gosto individual. Vejam se aprovam:

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